Tuesday 27 March 2012

Jon Snow, Frodo Baggins, Harry Potter, Mockingjay, Nora Roberts e um pouco de inglês à mistura

Hoje em dia a língua internacional é, sem qualquer sombra de dúvida, o inglês. Se uma pessoa for passar férias para a França e não souber francês, o inglês serve muito bem para desenrascar. E vamos imaginar que duas pessoas vão concorrer a um emprego: uma delas sabe inglês e a outra sabe espanhol. Estudaram as duas na mesma universidade e tiveram as mesmas notas, mas a pessoa que sabe inglês tem mais probabilidades de conseguir o trabalho. E nas universidades há muitos livros em inglês que nem tradução têm. O que eu não compreendo é a relutância dos portugueses em aprenderem inglês. Será que as pessoas não vêm a importância desta língua? O que é uma pessoa hoje em dia sem saber inglês. E o que mais nervos me mete é ver alguém a pesquisar uma coisa no Youtube ou no Google em português e depois ficam frustradas porque não obtiveram resultados. Uma pessoa que queira navegar na Internet tem de compreender inglês porque 98% das coisas na Internet estão em inglês.
Esta é a Nora Roberts (primeira vez que a vejo, sinceramente)
E depois, claro, este "nojo" que as pessoas têm ao inglês trás os seus problemas. A maior parte dos livros que chegam ao nosso mercado são, originalmente, ingleses. As grandes sagas de fantasia  (Harry Potter, Senhor dos Anéis, As Crónicas de Gelo e Fogo, etc) e os grandes romances tipo caramelo (os livros do Nicholas Sparks, da Nora Roberts, da Joanne Harris) são escritos originalmente em inglês e, claro, a maior parte das personagens têm nomes ingleses. No Harry Potter temos o próprio Harry Potter (que se lê ari póter), Ron Weasley, etc. No Senhor dos Anéis temos o Frodo Baggins, o Gandalf e esses nomes todos que só pessoas que percebem inglês conseguem pronunciar bem. Nas Crónicas de Gelo e Fogo temos o Robert Baratheon, o Jon Snow, o Robb Stark. Nenhum destes nomes foi traduzido para português e eu vejo muitos amigos meus que nem olá sabem dizer em inglês a terem dificuldades em pronunciá-los. Ora, por que é que Jon Snow não se chama João Neve? Por que é que Robert Baratheon não se chama Roberto Baratheon? Isto devia ser feito para facilitar a pronunciação dos nomes. Mas não foi feito. Porquê? Porque os nomes nunca se traduzem e vamos lá admitir, mas os nomes traduzidos para português soam ridículos.
Então vejamos o caso dos Jogos da Fome. As personagens têm nomes um pouco estranhos. Não são totalmente ingleses, mas foram feitos para que as pessoas que sabem falar inglês os consigam pronunciar. Katniss Everdeen, Primrose Everdeen, Peeta Mellark, Gale, etc. Os nomes não foram traduzidos e eu vejo amigos meus a dizerem Everdén e Primróse e Péta Melhark e Gále. Os tradutores não lhes puseram nomes portugueses mas traduziram outras coisas para português. Exemplo dos mockingjay, uma espécie de pássaros criados pela Suzanne Collins que na versão portuguesa dos livros se chamam mimo-gaios. Por que é que eles traduziram mockingjay? Para facilitar a pronunciação, pois está claro! Um pouco hipócrita, não acham? Os nomes foram mantidos e muitas pessoas têm dificuldades em dizê-los, mas mockingjay foram traduzidos. E esses mesmos amigos que não sabem dizer Peeta Mellark sabem dizer mockingjay porque mockingjay não é difícil de dizer. E se mockingjay foi uma palavra criada pela autora, foi um nome que ela inventou, não devia ser mantido? Custava assim tanto deixar mais uma palavra na sua versão original no livro. Sim, porque se eles tivessem mantido essa palavra, tenho a certeza que ninguém comprava os livros (sarcasmo). Sim, eu compreendo que algumas pessoas não sabem dizer mockingjay mas se não sabem dizer mockingjay também não sabem dizer Katniss nem Peeta nem Primrose nem Gale e não custava nada manter a palavra original.

No entanto, tudo isto se resolvia se os portugueses decidissem aprender inglês e tudo seria muito mais fácil porque quem não sabe falar inglês vai-se ver "à rasca" nalgum ponto da sua vida. E aqueles que se recusam a aprender qualquer língua estrangeira e que apenas sabem português, ainda pior. Ah!, e eu gosto muito quando os meus amigos dizem que querem ser médicos e até cientistas e acreditam vivamente que não vão precisar do inglês para nada e que na universidade vão ter a "papinha toda feita"...

Sinceramente, o vosso Book Terminator (sim, o meu nome está inglês, problem?)

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