Tuesday 11 September 2012

Slaughterhouse FIve or The Children's Crusade - Opinião

Um Verão inteiro se passou sem que eu pegasse num livro. Três meses de férias e o resultado? Dois livros lidos. Devia ter vergonha, eu sei, mas durante as férias não me consigo concentrar na leitura. Mas deixando o que aconteceu nas minhas férias de lado, vou-me concentrar nesta opinião.

Um dos dois livros que li foi o Slaughterhouse Five de Kurt Vonnegut. O que me atraiu para este livro não foi a sua história ou as outras opiniões, mas sim a capa apelativa. Eu sei, cometi o pior erro que um bom leitor pode cometer: julguei um livro pela sua capa. Mas neste caso ainda bem que assim foi porque a sinopse nunca me teria atraído para este livro.
Foi o terceiro livro que li em inglês e sem dúvida que foi um pouco complicado de acompanhar tudo, mas o livro é pequeno e tenho a boa sorte de ter um irmão e um primo que sabem muito de inglês.
Então qual a história deste livro? Bem, é um pouco complicado de explicar e quando a descrever aqui, vocês vão pensar que inventei tudo à pressão, mas não.
Este livro está organizado de maneira a não ter uma ordem cronológica. Em vez disso, conta a história de Billy Pilgrim, um optometrista que teve uma vida muito invulgar. É que o Billy tem a maravilhosa capacidade de viajar no tempo, o que faz com que ele compreenda a completa essência do tempo. E com esta capacidade, Billy consegue ver o mundo como mais ninguém consegue. Mas as suas viagens no tempo não são planeadas, acontecem espontaneamente. Billy casou-se com a filha gorda de um optometrista, Valencia, teve dois filhos, Robert e Barbara e a vida corria maravilhosamente normal, até ao dia em que Billy é raptado por extraterrestres, mais especificamente por habitantes do distante planeta Tralfamador. Durante este livro, conhecemos a conturbada vida de Billy, desde o momento em que se casou até aos seus tempos num zoo em Tralfamador, passando pela parte central do livro, a Segunda Guerra Mundial, pois Billy (assim como Kurt Vonnegut) foi um prisioneiro de guerra, mantido em cativeiro no Matadouro nº5 (Slaughterhouse Five), onde conheceu companheiros de guerra.

Este foi, sem dúvida, o livro mais aleatório e "inventado à pressão" que alguma vez li. Uma mistura estranha de ficção científica com romance, drama, guerra e história. Este é um dos maiores clássicos da literatura americana, talvez tão importante para os EUA como os Maias são para Portugal.
Começando pela escrita, devo dizer que não era muito fora do vulgar. Os diálogos eram raros, uma vez que o livro se concentra principalmente nos pensamentos e nas experiências de Billy. Bastante descritiva, dá-nos uma imagem geral do que se está a passar.
É um pouco difícil de avaliar as personagens uma vez que este livro é bastante concentrado no Billy e SÓ no Billy. Existem muitas outras personagens, mas são todas figurantes e as únicas que se aproximam de personagens secundárias são o Eliot, o Lazzaro e o Edgar Derby. O Billy era uma personagem muito tridimensional, conhecemos várias facetas dele e os porquês das suas escolhas. Eliot aparece mais para a frente. Eliot é o homem que está deitado na cama ao lado da de Billy no Hospital dos Veteranos e que apresenta a Billy os magníficos livros de Kilgore Trout que ajudam ambos a superar os eventos da guerra. Lazzaro é um homem que Billy conhece na guerra, bastante violento e estranho, misterioso e manhoso. Edgar Derby foi em tempos um professor que conseguiu ir para a guerra e que se torna "amigo" de Billy.
Existem vários cenários neste livro, vários locais. Desde a casa de Billy, passando por Dresden até ao zoo em Tralfamadore, todos bem descritos e interessantes.
Mas o ponto forte deste livro é mesmo enredo. Nunca pensei que um enredo tão aleatório pudesse resultar em algo tão interessante e fascinante como este.

Concluindo, 7.5 em 10 pontos, 3 em 5 estrelas. Um livro interessante e que recomendo, mas um pouco lento e aborrecido.

Até à próxima e... boas leituras!

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