Ora, como sabem, eu sou um grande fã de fantasia. No entanto, isso não significa que seja um crítico literários específico desse género. É claro que depois de se ler muitos livros dentro de um género, é normal
que os nossos padrões de qualidade vão evoluindo até chegarem ao ponto de serem tão altos que poucos são os livros que consideramos bons. A fantasia é, por outro lado, um dos géneros mais complexos uma vez que resulta da mistura de outros géneros. Uma boa obra de fantasia deve conter assim uma grande quantidade de elementos fantásticos (como seria de esperar), um pouco de romance (um pouco, Stephenie Meyer, não carradas), mistério, drama, intriga, crime, etc. Mas para um escritor de fantasia surge a pergunta: como devo eu escrever uma obra original que contenha todos estes critérios?
A Stephenie Meyer, para variar |
Pois, aí é que reside o problema. Os livros não são propriamente novos, surgiram há muitos séculos atrás, o que significa que tudo o que podia ser escrito já foi escrito e por mais que uma pessoa pense numa história completamente original ou esta é demasiado absurda (por ser muito diferente) ou não existe. Portanto é tarefa de um autor escrever uma história que seja, pelo menos, um pouco diferente das que já foram anteriormente publicadas. No entanto, como pode um autor saber se o seu twist pessoal não foi já feito? Para saber isso teria de ler todos os livros já publicados, o que é completamente impossível, e esta tarefa torna-se ainda mais difícil dentro da fantasia uma vez que os fãs deste género são cada vez mais e mais exigentes, fartos de verem porcaria publicada no seu género, fartos de verem livros carregados de clichés a circularem no mercado. É então que surge outra pergunta: por que é que uma coisa é cliché?
Supostamente um cliché é algo que já foi feito, algo tão comum que já ninguém quer ler, algo que está demasiado na moda, é demasiado mainstream. Um exemplo de cliché recente: romance entre vampiros e humanos. Outro: livros de fantasia que incluem elfos, anões e dragões, etc. Mas se nenhum livro é original e se um cliché é algo que já foi feito, então não estão todos os livros cheios de clichés?Bem, não. Não há um critério definido que nos diga que um aspecto de um livro é cliché e outro não. Na minha opinião, este critério baseia-se no senso-comum do leitor. É o leitor, que em conjunto com outros leitores, decide se algo é cliché ou não. Hoje em dia verificamos que no mercado literário, como o mercado da roupa, têm surgido modas. Um livro é publicado e é bem recebido pelo publico e no ano e meio seguintes saem livros atrás de livros que se parecem com o primeiro que teve sucesso. Verificámos isso com a saga Twilight e com a dos Jogos da Fome. Estes livros popularizaram um género (vampiros e distopia respectivamente) e lançaram modas. É óbvio que ao fim de algum tempo o mercado literários e os leitores já estão saturados com o género que está na moda e acaba por se tornar cliché. Se agora eu lançar um livro em que um vampiro se apaixona por uma humana será, muito provavelmente, odiado por quase todos porque já foi feito demasiadas vezes nos últimos anos. Mas "nos últimos anos" não significa para sempre.
Great books |
Resumindo, cliché porquê? Bem, no caso da fantasia, podemos dizer que é cliché porque o J.R.R. Tolkien escreveu uma obra demasiado boa e por mais que alguém tente escrever um livro com elfos, anões e dragões, nunca será tão bom como "O Senhor dos Anéis".
Na vossa opinião por que é que algo é considerado cliché? Concordam ou discordam com a minha opinião?
P.S.: eu sei que é um post um pouco confuso e sei que não tenho estado activo na blogosfera literário portuguesa e por isso peço desculpa. Prometo que em breve voltarei a publicar e a comentar o máximo que puder.
Até à próxima e... boas leituras!